Através de uma tecnologia conhecida como ‘Vitrificação’, partículas radioativas são transformadas em vidro, alocadas em latas de aço e enterradas, minimizando possíveis vazamentos.
O resíduo radioativo (lixo atômico), elemento altamente contaminado proveniente do processo de produção de energia nuclear, requer uma série de tratamentos custosos e delicados, um negócio dominado por grandes multinacionais. Mas uma start-up norte-americana desenvolveu uma nova técnica para tratar o lixo nuclear: transformá-lo em vidro.
Segundo John Raymont, fundador da Kurion, empresa com sede na Califórnia, a ideia surgiu após assinar um contrato de limpeza dos resíduos radioativos das usinas de Fukushima, no Japão, atingidas pelo terremoto e tsunami que devastaram a região, em março de 2011. A empresa utilizou sua tecnologia em tratamento de resíduos para filtrar a radiação da água e reciclá-la, possibilitando o resfriamento dos reatores.
O processo, conhecido como ‘Vitrificação’, não é bem uma novidade, outras empresas já detinham a técnica de transformar partículas radioativas em vidro. Porém, de acordo com Raymont, as tecnologias MVS (Modular Vitrification System) e GeoMelt, utilizadas pela Kurion, são muito mais econômicas.
A nova tecnologia, consiste em filtrar as partículas radioativas dos líquidos através de uma substância chamada pela empresa de “ion specific media”. Estes íons, além de atraírem átomos específicos, no caso o material tóxico, possuem uma propriedade curiosa: podem ser facilmente derretidos e transformados em vidro resistente à lixiviação. O vidro estabiliza as partículas radioativas e as mantém presas em sua estrutura, mantendo assim o material estável por milhões de anos.
Após este processo, o vidro é alocado em latas de aço e enterrado, tornando mais seguro o armazenamento e minimizando possíveis vazamentos.
As técnicas de vitrificação da Kurion ajudaram a remover aproximadamente 70% dos resíduos dos reatores de Fukushima. Agora, a companhia vem utilizando a experiência adquirida no Japão para a limpeza dos resíduos radioativos de Hanford, em Washington, onde o governo dos EUA fabricou armas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial e o período da Guerra Fria.
Fonte: Inhabitat